Relatório da Reunião | O Caminho para a COP-26: Sessão 1 do Diálogo Brasil-EUA sobre Sustentabilidade e Mudanças Climáticas
No dia 26 de julho 2021, o Wilson Center, em parceria com a Uma Concertação Pela Amazônia, sediou uma discussão bilateral sobre o potencial de cooperação entre Brasil-EUA no que tange a preparação para a 26ª Conferência das Partes sobre a Mudança Climática (COP-26) em Glasgow, com foco nos princípios de cooperação e mercados de carbono.
Ao longo da sessão, foram pontuadas quatro recomendações de políticas fundamentais para fomentar a cooperação bilateral em mudanças climáticas e para apoiar os esforços brasileiros na redução de emissões de carbono, especialmente aquelas impulsionadas pelo uso da terra:
Concluções principais
1. A Amazônia apenas desempenhará um papel construtivo de longo prazo na agenda climática por meio de seu próprio desenvolvimento sustentável, que requer parceria e investimentos significativos — não apenas filantropia.
A conservação da floresta deve andar de mãos dadas com oportunidades para meios de vida éticos e sustentáveis, a fim de abordar muitas das causas básicas do desmatamento na Amazônia. Essa transição para soluções autossustentáveis e lucrativas baseadas na natureza no Brasil exigirá investimentos significativos. No curto prazo, quantias relativamente pequenas de financiamento inicial, se disponíveis rapidamente, podem criar uma base para colaboração e ação, construindo um caminho (e confiança) para fluxos financeiros futuros muito maiores. O governo dos EUA pode desempenhar um papel importante ajudando a orientar e direcionar o capital do setor privado neste esforço, bem como fazer parceria com o Brasil na capacitação técnica e científica para apoiar a rápida adoção de iniciativas de redução de emissões.
2. É necessária uma colaboração mais forte com atores não-estatais e subnacionais, especialmente os estados amazônicos, em projetos de redução de emissões e financiamento.
O potencial de redução de emissões dos governos subnacionais é significativo e eles também podem ser parceiros importantes no fortalecimento da transparência, monitoramento, e coordenação com stakeholders locais. Especificamente, a colaboração com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, que representa nove estados e 59 por cento do território brasileiro, por meio do LEAF e outros mecanismos, é uma oportunidade de apoiar o plano do consórcio para combater o desmatamento e promover uma recuperação verde na região.
3. É necessário um pipeline de projetos e soluções verificáveis e prontas para investimento em escala.
Há uma demanda significativa entre os EUA e outros investidores estrangeiros por um pipeline verificado de projetos de redução de emissões em grande escala no Brasil, semelhante ao que os investidores já encontram nos setores de logística e energia, por exemplo. O desafio não é apenas identificar projetos que possam ser dimensionados para um maior impacto, mas também desenvolver estruturas de governança e responsabilidade para mecanismos de redução de emissões baseados no mercado. Cooperação técnica e assistência para capacitação de partes interessadas dos EUA e outros podem ajudar a preencher essa lacuna de credibilidade. No longo prazo, o investimento do setor privado poderia reforçar a necessidade de verificação com base científica e padrões de transparência para créditos de carbono. A chave é alavancar conhecimento técnico e financiamento juntos para maior impacto.
4. Integrar uma abordagem baseada em projetos com uma abordagem jurisdicional para a redução de emissões é crítica para a ambição climática.
Há um consenso crescente de que as intervenções em todas as escalas devem ser integradas, para maximizar o envolvimento de uma ampla gama de financiadores, ao mesmo tempo abordando desafios metodológicos. Investimentos mais ágeis e imediatos em projetos individuais podem ajudar a impulsionar a capacidade local e o financiamento para apoiar programas jurisdicionais maiores. Da mesma forma, o suporte técnico e o financiamento a nível jurisdicional — como por meio do LEAF — podem incentivar o desenvolvimento de projetos que usam sistemas MRV mais robustos e contribuem para a contabilidade nacional de emissões.
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MEETING REPORT | THE ROAD TO COP-26 | Over the course of the first meeting of the Brazil-US Dialogue on Sustainability and Climate Change, focused on principles of cooperation and carbon markets, four major policy recommendations emerged as critical to bolstering bilateral Brazil-US cooperation on climate change and supporting Brazilian efforts to reduce carbon emissions, especially those driven by land use.
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